"Átimo: Profanus"

MOZART FERNANDES - Pluralidade parece a palavra-chave para o início de qualquer pensamento acerca das criações de Mozart Fernandes. Coexistências improváveis e termômetros oscilantes caminhando frenética e paralelamente ao choque de crenças, sotaques e gêneros; um caldeirão extasiante de imagens e matéria-prima. A marcante... exposição às adjacências do feminino trouxe ao artista uma temática recorrente e forte em seus trabalhos: a mulher. O sexo e o profano transbordam das mulheres pintadas pelo artista, expondo a sacanagem que permeia o consciente de homens e mulheres, os pensamentos velados que fazem corar quando vêm à tona, a violência, o bizarro, a degradação humana. "Isso me trouxe uma consciência do universo feminino que se encaixa na minha mensagem. Tudo sempre com a mulher, através da exploração, glorificação e ruína da mulher", diz. Quando se trata de referências, ainda jovem seu artista preferido na hora de ilustrar o quadro negro na escola era o chargista Angeli. Posteriormente, ao ser apresentado ao trabalho de Robert Crumb, apertou os laços com as artes plásticas e o desenho, paixões antigas. O pecado de Bosch, as almas de Segall. Os impressionistas Toulouse Lautrec e Monet. O surrealismo de Dalí e Chagall abrindo portas para suas reflexões. A veia cômica de Tarantino, a acidez de Bukowski e a solidão de Mário Quintana também fomentam o imaginário do artista e completam a gama de influências em seu trabalho.

Loading Image